sábado, 6 de dezembro de 2008

A ÁGUA COBRIU A TERRA


Terminada a arca, ao fim do período de 120 anos que Deus havia determinado (capítulo 6:3), Ele convida Noé e sua família a entrarem na arca porque Ele reconhece que Noé foi justo para com ele no meio daquela geração.

Noé foi reconhecido como justo, por causa da sua fé: sendo divinamente instruído sobre as circunstâncias do dilúvio ainda para vir, mas sem qualquer prova visível, ele obedientemente construiu uma arca, conforme Hebreus 11:7. Era uma arca gigantesca, e levou um século para a construir, pois creu no SENHOR, e isto lhe foi imputado por justiça (Gênesis 15:6).

A expressão "aquela geração" representa toda a humanidade ao tempo de Noé, cheia de maldade, corrupta e violenta. Assim será a humanidade no dia do juízo (ao fim do milênio), quando novamente nosso planeta será destruído pelo fogo, ao invés de água (2 Pedro 3:6-7).

O SENHOR convida Noé para entrar na arca (v.1), e trazer com ele as criaturas que deveriam ser preservadas do dilúvio que estava para vir (v.2-4) - ainda não havia começado sequer a chover! Isto nos lembra o convite que faz nosso Salvador: vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos que eu vos aliviarei (Mateus 11:28) , o Evangelho de arrependimento para remissão de pecados, que deve ser pregado a todas as nações (Lucas 24:47).

Mais de cem anos antes Noé havia sido instruído a levar um par de cada espécie de animal, réptil ou ave; agora Noé é instruído a levar sete pares dos animais limpos e das aves (também limpas); dos imundos apenas um par, como antes. Não temos mais detalhes sobre como Noé iria distinguir os limpos dos imundos mas sem dúvida ele sabia. Provavelmente a classificação é a mesma dada ao povo de Israel séculos mais tarde: seriam os animais próprios para ofertas e sacrifícios, dez ao todo (Gênesis 8:20). Calcula-se que quase 45.000 animais, de todas as variedades, caberiam na arca.

Deus ainda deu um prazo de sete dias para que os preparativos se completassem antes do dilúvio: tempo para colocarem tudo o que ainda faltava dentro da arca, e para Noé e sua família se acomodarem. Isto nos lembra que, após o arrebatamento da igreja, haverá um período de sete anos, de grande tribulação, em que a humanidade ainda terá oportunidade de se arrepender para entrar no milênio, ou ser destruída.

Noé novamente obedeceu fielmente ao comando do SENHOR, tendo ele já a idade de seiscentos anos; ele entrou na arca com sua mulher, seus três filhos e suas esposas, e os animais, relato repetido nos v.13-16; a chuva só veio uma semana depois disso. Em nenhum lugar lemos que Noé foi caçar ou reunir os animais para levá-los para dentro da arca; na realidade a criação, com Noé, estava sendo dirigida pelo Criador; assim como os animais desfilaram perante Adão para que ele lhes desse seus nomes, agora, sem dificuldades para Noé, eles se encaminharam, aos pares, para a arca. Isto nos lembra que não devemos nos preocupar com detalhes que estão fora do nosso controle, quando prosseguimos em obediência ao Senhor: dediquemo-nos à obra que nos é dada, e deixemos o resto para Ele.

Uma semana depois, tendo o SENHOR fechado a porta após Noé, veio o dilúvio. O dilúvio e suas terríveis conseqüências não eram da responsabilidade de Noé, nem poderia ele socorrer ninguém.

O dilúvio foi causado pelo rompimento de todas as fontes do grande abismo, e a abertura das comportas dos céus. O grande abismo na linguagem bíblica é o fundo do mar; isto nos faz entender que no terceiro dia da criação Deus ajuntou as águas em um só lugar, formando a terra seca também em um só bloco. Havia também uma quantidade muito maior de água na atmosfera. O dilúvio resultou de um cataclismo em que grande parte da água da atmosfera caiu, e as águas contidas no único oceano se derramaram sobre a terra seca (os geólogos sabem que todos os continentes pertencem a um só bloco original, comprovando o relato bíblico). Naquele tempo provavelmente não existiam as cordilheiras que temos agora.

Esse cataclismo durou quarenta dias e ao fim desse período toda a terra estava debaixo d'água. As montanhas de Ararate atualmente se elevam a 5.185 metros de altitude, mas poderiam ser mais baixas naquele tempo, e parece que eram as mais altas. Foi um dilúvio de proporções universais: há mais de 270 narrativas diferentes do dilúvio, vindas de todas as partes do mundo.

Após os quarenta dias de dilúvio, a chuva diminuiu o suficiente para que o nível das águas permanecesse no seu ponto mais alto durante cinco meses, sete metros acima do pico da montanha mais alta. Toda a população humana (decerto ninguém usava barcos ou navios naquele tempo) e todos os animais que viviam na terra morreram, fora os que se encontravam na arca.